sexta-feira, 23 de julho de 2010

VIDA

Fiquei um tempo sem postar nada aqui. Estava pensando no que postaria, foi quando então, resolvi falar da vida, ou de vida, como preferir. Pensei primeiramente na minha vida, nas coisas que me faziam feliz e comecei a perceber por exemplo, que eu ficava feliz em sair com meus amigos, ir ao shopping fazer compras, estar em sintonia com a natureza e os animais. Fui mais além. Resolvi pensar em como eu fazia todas essas coisas. Olhei para meu corpo. Pode parecer estranho, mas foi exatamente o que eu fiz. Como eu poderia sair com meus amigos, se eu não andasse? Como poderia contar-lhes coisas agradáveis, das boas risadas, se eu não falasse? Como poderia escolher uma roupa bonita ou olhar uma paisagem se eu não enxergasse? Foi aí então, que comecei a dar valor na VIDA. A gente tem mania de reclamar de tudo. Reclamamos de nós mesmos, reclamamos do mundo, mas somos responsáveis por tudo que nos acontece e consequentemente acontece à nossa volta. Eu tive duas experiências nesses últimos dias sobre vida, se é que posso chamar isso de vida. Fui enterrar o professor mais bem humorado que eu já tive. Vê-lo ali imóvel, pálido, sem aquela alegria, me deu uma tristeza acompanhada de uma reflexão profunda.Eu sei que ele não morreu naquela terça-feira, ele morreu no dia em que o médico decretou que ele não poderia mais andar, nem falar. Será que ele se deu conta de que algum dia isso aconteceria? Será que nós, valorizamos realmente aquilo que temos? O outro fato, é a doença do meu pai. Acabou de tirar um câncer do intestino e está com cirrose. Ele não pode beber, mas bebe. A diferença entre os dois fatos é apenas uma. Um não teve escolha, meu pai tem. O que me entristece? Ele simplesmente bebe. Ele pode escolher viver, mas é responsável pela sua própria morte, que é a pior: a morte, ainda em vida.
Quando pensamos numa vida feliz, geralmente nos vem a imagem de uma família supostamente perfeita, uma casa grande, um cachorro, filhos, férias na praia. Quem nunca ouviu ''aquela pessoa é cheia de vida'' ? Suponho que todos já tenham ouvido, mas afinal, o que é ser cheio de vida então? Ter uma vida boa, saúde, amigos, bens materiais? Não! Isso não é vida. Vida vai muito além. Cada um possui a sua, entretanto, perdemos muito tempo pensando na vida alheia. Ter vida, significa você poder ser livre, ter a sua vida. Só sua, exclusiva. Ninguém divide vida, dividimos felicidade, sentimentos. A vida é simplesmente, ou complexamente, o sítio dos acontecimentos de cada um. Um lugar bem cuidado, com certeza só atrairá coisas boas, pessoas boas. Cuide desse lugar. Mantenha-o limpo, limpo das impurezas, das falsidades, da inveja, dos pensamentos negativos. O que conseguir conquistar, cuide, ame, VALORIZE. Não espere chegar o ''tarde demais'' para dizer que ama alguém. Cuide de sua saúde, escolha viver. Não só passe na vida, viva-a todos os dias, todas as horas. Se tiver vontade de sorrir, não se contenha. Se quiser chorar, chore. Se gostar de alguém, não tenha medo de dizer. Amar é preciso. Se o mundo amasse, todos teriam VIDA. Plante os mais belos sentimentos no jardim de sua vida e acima de tudo, cuide de sua própria vida, mas cuide mesmo, de verdade. Se ame, se arrume, se perfume, se reúna com seus amigos,coma uma barra inteira de chocolate sozinho, tenha dor de barriga de tanto rir de alguma besteira, leia um livro, plante uma árvore, tenha um animal de estimação,tenha fé, pratique algum exercício, e quer um conselho? Pratique a bondade, o perdão. Pare de seguir e criar rótulos que o mundo impõe.
Talvez, esse seja apenas mais um texto, mas se pelo menos uma pessoa puder lê-lo e sentir vontade de viver. Pimba! Consegui passar um pouquinho do que é a VIDA para mim. Nenhum problema é grande demais, quando a vontade e o dom de viver, é maior. Viva!

(Paula M. S. Mendonça)

sábado, 10 de julho de 2010

Mudar para ser sempre o mesmo

Eu criei um blog, o tão famoso blog. Aquele que geralmente, você sempre vê alguém comentando que tem.
Eu sempre gostei muito de escrever, mas fiquei muito tempo pensando no que escreveria na minha primeira postagem, pois bem, até agora ainda não consegui me decidir. Nos últimos dias, eu ando muito reflexiva em relação a quase tudo na minha vida. Fico pensando em como as coisas mudam com o decorrer do tempo, como um pensamento que tínhamos há algum tempo atrás, pode se transformar totalmente. Aí então, me lembro da minha vida universitária, tão sonhada pras pessoas do ensino médio.
Particularmente, eu entrei com uma cabeça digamos um tanto quanto conservadora, mas dentro da faculdade, você começa a perceber que seu mundo era pequeno demais, que as coisas que você achava mais divertidas, eram coisas simples. Às vezes é até meio perigoso, porque o deslumbro leva as pessoas a perderem sua essência, seu jeito de ser. Dentro da faculdade, parece que a liberdade aumenta, se uma mulher beijasse uma outra numa festinha do colegial, por exemplo, todo mundo comentaria no dia seguinte. Na faculdade não. Isso acontece e ninguém nem se importa. Parece que tudo fica normal demais.
Outro dia eu fiquei meio assustada, porque enquanto esperava um amigo me buscar um copo d'água, me deparei com mudinhas de maconha como se fossem aquelas plantinhas que sua mãe adora colocar na janela, ou na varandinha da sua casa. Coisas que antes eram grandes se tornam pequenas. E será que isso é bom? Por um lado sim, por outro não. É bom porque você fica mais aberto a mundos diferentes, quebra certos preconceitos, e é ruim porque você meio que se acostuma a achar tudo muito normal, fica mais vulnerável e para muitas pessoas, essa vulnerabilidade é muito prejudicial.
Acho que o mais importante no fim das contas, é você se abrir sim às novas experiências, sair com sua turma, curtir essa ótima ''vida universitária'', mas sem perder sua essência. Se você não quer beber, não beba só porque todo mundo está bebendo. Tenha opinião. Não faça nada para mostrar aos outros, ou simplesmente para suprir um constrangimento, por não ser o cara mais social no meio das pessoas. A gente muda, muda sim. Mas é essencial que essa mudança seja natural, não forçada e nem determinada por alguém que não seja você próprio.
Talvez, ninguém leia esse texto, talvez, meia dúzia de pessoas possa conseguir lê-lo. Para mim o mais importante, é deixar uma mensagem que por maior que seja a mudança ocorrida na sua vida, por maior que seja o passo em seu amadurecimento, seja ele social, seja ele emocional, continue sendo aquilo que você sempre foi. Que as mudanças sejam sempre positivas. Você pode até mudar sua aparência, seus gostos, mas nunca deixe que nada, nem ninguém, mudem o seu caráter. Mude a vida toda, mas sempre com a intenção de ser sempre você mesmo, e o mesmo você, sempre.


Por Paula Mendonça